Passos realiza oficina para aumentar vacinação entre adolescentes
De acordo com a superintendente da SRS Passos, Kátia Rita Gonçalves, diante da constatação da necessidade de implementação de estratégias para o aumento das coberturas vacinais em públicos vulneráveis, as oficinas de trabalho e a implementação de planos de ação municipais possibilitaram a melhoria dos processos operacionais relacionados à imunização. “Considerando os resultados positivos com esta pesquisa, que efetivamente impulsionaram o crescimento das coberturas vacinais de crianças e agora de adolescentes no estado de Minas Gerais, é possível também verificar o impacto nos processos de trabalho de imunização. Portanto, é recomendável a manutenção dos processos de avaliação das estratégias de intervenção e de implementação contínua para aumento das coberturas vacinais”, conclui.
A oficina foi ministrada por membros do Grupo de Análise e Monitoramento da Vacinação (Gamov Estadual e Regional) e pesquisadores da UFMG, que atuam no projeto. Na programação, temas como “Indicadores do projeto pesquisa-ação para o aumento da cobertura vacinal em adolescentes no estado de Minas Gerais”; “Vacinação no âmbito da atenção primária à saúde”; “Programa Saúde na Escola (PSE)”; “Atividades de grupo”; “Experiências exitosas de municípios” e “Plano de ação”, entre outros.
Fatores
A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI) da SRS Passos, Márcia Aparecida Silva Viana, explica que a oficina é mais uma estratégia proposta aos municípios para aumentar as coberturas vacinais. “As baixas coberturas são consequências de dois fatores: a existência de parcela da população contrária às vacinas e a falta de seguimento das doses subsequentes para as vacinas multidoses”, disse. “Essa oficina tem como objetivo sensibilizar e preparar os serviços de saúde para ampliarem as ações concorrentes para aumento da cobertura daquelas vacinas que são específicas para os adolescentes”, acrescentou Márcia Silva.
A coordenadora do Gamov Regional da SRS Passos, Patrícia Mendes Costa, conta que a oficina teve mais de 60 participantes e deu continuidade ao projeto que, num primeiro momento, tratou da cobertura vacinal de crianças até 2 anos de idade. “Houve uma avaliação do projeto inicial, que apresentou bons resultados e identificou-se que a metodologia deveria ser aplicada aos adolescentes, que apresentam baixas coberturas”, disse Patrícia Mendes.
Impacto positivo
Conforme a apresentação dos dados obtidos no monitoramento da vacinação das crianças após a oficina de maio de 2022, a área abrangida pela SRS Passos teve melhoria na cobertura vacinal. De julho a dezembro do ano passado, a aplicação das estratégias definidas na oficina causaram impacto positivo na classificação de risco dos municípios para transmissão de doenças imunopreveníveis.
No período de janeiro a junho de 2022, de um total de 27 municípios, 24 foram classificados como de risco alto; no período seguinte, esse número caiu para 15. “Em seis meses, a gente já viu a diferença”, observa a coordenadora do Gamov Regional, Patrícia Mendes.
“O que nós pudemos perceber é que, a partir das ações que foram implementadas para crianças, já tivemos um aumento importante nas coberturas vacinais na área de abrangência SRS Passos. Então os municípios saíram de mais de 80% no grau de alerta alto para transmissão de doenças imunopreveníveis para 55%”, avalia a coordenadora do Gamov Estadual, Janaína Fonseca Almeida. “Essa redução de 30% do grau de alerta é relacionada diretamente ao projeto pesquisa-ação de melhoria das coberturas vacinais. Ainda não chegamos onde queremos, mas entendemos que estamos no caminho certo”, observou Janaína.
A coordenadora do Gamov Estadual menciona também a parceria com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) para ampliação do projeto junto ao público adolescente. A pasta foi representada na oficina pelas superintendências regionais de Educação de Passos e São Sebastião do Paraíso que, junto com as secretarias municipais de Educação, deram todo apoio, principalmente para a vacinação nas escolas.
Conforme a avaliação das coordenadoras do Gamov Estadual e do NUVEPI, a participação dos municípios na oficina foi efetiva, com gestores, coordenadores e referências técnicas mostrando-se sensibilizados e empenhados em construir o plano de ação municipal que irá nortear as estratégias para alcançar os objetivos do projeto. “Agora é fazer a nossa parte enquanto Superintendência Regional de Saúde na mobilização dos nossos municípios”, disse Márcia Silva.
“Da mesma forma que foi construído um plano municipal para crianças, eles vão construir também um plano de ação municipal para vacinação dos adolescentes. E nós também temos indicadores para serem mensurados a cada três meses. Então, continuamos com as ações de crianças, porque são cíclicas, e iniciamos agora o monitoramento dos planos de ação dos adolescentes”, disse Janaína Almeida.
Experiências
Como parte da programação da oficina, as responsáveis pelas equipes de imunização dos municípios de Itamogi e São José da Barra, apresentaram os resultados do plano municipal para o aumento das coberturas vacinais de crianças de até dois anos de idade, que foi o objetivo inicial do projeto. A parceria com Atenção Primária e a colaboração das escolas foram estratégias importantes para o desempenho, segundo as coordenadoras Marisa Marconimi Loguercio (Itamogi) e Weliane Vilela Silva (São José da Barra).
Para ambas a oficina trouxe informações, dados e indicadores que poderão ser empregados também nessa etapa voltada aos adolescentes, agora com a participação das escolas e colaboração dos pais. “A gente tem uma parceria muito boa no município com a Educação, em que vamos à escola, vacinamos os professores e as crianças, mediante autorização prévia dos pais”, disse Marisa Marcomini, explicando que, ao efetuarem a matrícula, os pais têm a opção de dar autorização para o ano todo, facilitando o trabalho da equipe de vacinação, que já sabe quem poderá receber a vacina ou não.
“Essa oficina para o aumento da cobertura no público adolescente trouxe uma bagagem maior para nossa equipe, e com certeza nós vamos levar essa experiência para o nosso município e iremos aumentar a cobertura. Teremos êxito, porque foi uma oficina muito completa, bem objetiva, à qual eu pude agregar e absorver bastante conhecimento também dos colegas”, disse Weliane Vilela.
